quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Sacerdócio Ministerial



     “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos e para que vosso fruto permaneça;....” (Jo 15,16)
     Ao celebrar meus 15 anos de Ordenação Sacerdotal, alegro-me por tão grande dom recebido, o sacerdócio. A vida e o seu ministério são uma continuação da vida e da ação do próprio Cristo. Encontramos nos Evangelhos o chamado dos apóstolos para seguir Jesus, pois Ele os chamou e eles o seguiram. A condição é ser chamado por Deus e ninguém entende a vocação. Cada um tem o caminho especial, único e pensado por Deus. Vocação e pessoa é uma coisa só. Desde a eternidade, Deus nos chamou a uma vocação. Deus quis precisar de nós. Devemos meditar sempre e recordar aquelas perguntas do dia da Ordenação conforme o ritual apropriado..... cuja resposta: “QUERO”. Ser padre é assumir aqueles compromissos no exercício do ministério, uma aliança de fidelidade com a Santa Igreja. Como também a vida matrimonial exige daqueles que assumiram com o outro e na geração e educação dos filhos.
     O caminho da vocação é a razão de estarmos neste mundo. Deus nos chama a cada momento do nosso ministério na comunidade. A nossa felicidade e a dos outros, depende de nós. O nosso compromisso sacerdotal deve ser todos os dias, não só no dia da Ordenação e nas primeiras missas. Devemos cuidar da nossa vocação numa visão sobrenatural, não deixando cair no ativismo – sepulcro da vida sacerdotal. No nosso retiro o pregador disse-nos que não somos solteirões que reza missa, mas alguém comprometido com a causa do Reino por Amor, talvez não compreendido por aqueles o qual não abraçaram esta vocação e tem uma outra visão do que é ser feliz.
    A graça e o caráter indelével conferidos mediante a unção sacramental do Espírito Santo colocam o sacerdote em relação pessoal com a Trindade, uma vez que ela constitui a fonte do ser e do agir sacerdotal. Ele representa Cristo – falar e agir – alguém ausente da pessoa concreta. Representamos Cristo, enquanto somos presença Dele.
    Na dimensão cristológica, encontramos a configuração ontológica a Cristo Sacerdote, Mestre, Santificador e Pastor do seu povo em favor do seu povo. O sacerdócio comum dos fieis (pelo santo batismo) e o sacerdócio ministerial estão necessariamente ordenado um ao outro. O gesto sacramental da imposição das mãos – é o próprio Jesus quem faz naquele momento. Jesus vive nos seus sacerdotes e comunica-lhes o seu poder: “ Fazei isto em memória de mim”. O poder de o fazer sempre. “Sacerdote, o outro Cristo” – somos a presença de Cristo
    Nos evangelhos, encontramos Jesus confiando a missão aos apóstolos associando á sua própria missão de anunciar o Evangelho – “Ide, pois ensinai” – é Cristo que fala pela sua boca. “Como o Pai me enviou, assim eu vos envio a vós” (Jô 20,21). Ao ser ordenado, o sacerdote assume as funções de pregar a Palavra, ontologicamente presente a dimensão missionária. Fazer memória, atualizar a missão eterna de cristo, de quem se torna autêntico representante e mensageiro: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou” (Lc 10,16).
    Ao agir “in persona Chisti Capitis”, o sacerdote torna-se ministro das ações salvíficas essenciais, transmite as verdades necessárias à salvação e apascentar o Povo de Deus, conduzindo-o à santidade. Jesus vive no sacerdote pelo caráter sacerdotal o qual é embaixador de Cristo. Jesus vive no sacerdote pela santidade, por isso está no mundo, mas não deve contagiar-se com a influência do mal. Somos chamados a santidade: pelo santo batismo e pelo sacramento da ordem. A eficácia das palavras do sacerdote – empresta a voz de Nosso Senhor em todas as suas funções, deixando que Cristo apareça e não nós, sendo que por nós mesmo não convertemos ninguém.
    O santo Cura D’Árs dizia que “ se não tivéssemos o sacramento da ordem, não teríamos Cristo...” Nenhum benefício de Deus sem o sacerdote, porque traz Cristo ao mundo, quando celebra a Eucaristia; perdoa os pecados na confissão é Cristo quem perdoa; quando dar a unção dos enfermos é o próprio Jesus quem faz; quando toca os corações pela pregação é Ele quem realiza.
    Agradeço a Deus a Virgem pelo meu ministério sacerdotal , aos meus meus pais pelo dom da vida, ao D. Roberto o qual tive a graça de receber o santo batismo, tê-lo como formador e que me acolheu no chamado a vocação e incentivando o ingresso no seminário e pelos desígnios de Deus também recebendo o sacramento da ordem e tendo como bispo diocesano  durante os 15 anos de ministério como pároco.
     Destaco a Paróquia São José em São José de Ubá( no período ainda era capela atendida pelos padres da paróquia de São Bendito em Itaperuna) que tanto me incentivou e ajudou no período de formação. Ao Pe. João Baraniecke da congregação dos padres plotinos e também ao Pe. José e Pe. Jorge na época eram os sacerdotes do meu período do Seminário. Muito obrigado por fazer parte da história de minha vocação e por ter colaborado com minha formação e  ter recebido aqui o meu diaconato!
   Não poderia deixar de mencionar o papel de D. João Corso, hoje bispo emérito de Campos, aquele que foi pastor durante o meu período no seminário maior e que me conferiu os ministérios de Leitor e Acólito e o sacramento da ordem do diaconato, o agradecimento e orações pela sua saúde que se encontra debilitada.
    Também mencionando as Comunidades paroquiais por onde passei: São José do Avay – Itaperuna, onde exerci o meu diaconato, fui ordenado sacerdote e iniciei o sacerdócio, aprendendo a ser padre dando os primeiros passos; São Sebastião – Aperibé, onde fiquei 6 anos e 8 meses; Nossa Senhora do Rosário – Campos, onde fiquei no período de 6 anos.
   Atualmente, a Paroquia Nossa Senhora de Fátima, onde estou como pároco, a qual sou muito grato pelo carinho e amizade como tive nas demais e espero cumprir a minha missão como o Bom Pastor, dando a vida pelas ovelhas. Temos nossas limitações, não fazemos tudo o que deveria ser feito e conto com as orações e a ajuda para cumprirmos a proposta da santa Igreja para estarmos em constate trabalho missionário no crescimento do Reino. Como temos desafios pastorais! Mas nada ficará sem solução se temos Deus ao nosso lado! Muito obrigado aos membros de pastorais e movimentos e aos paroquianos, aos funcionários! Com a graça de Deus conseguiremos cumprir Peço a intercessão de Nossa Senhora de Fátima pelo meu sim a Deus!
            “Tu és sacerdote segundo a ordem de Melquisedec”!
  Cordialmente, Pe. Crimário Tavares Verdan
                                  Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima